segunda-feira, 22 de outubro de 2012

‘O último dia com a minha chupeta’ foi confirmado, 10 de Outubro de 2012

Hoje aconteceu algo muito inesperado, enquanto jantava com os meus pais surgiram à mesa vários assuntos de quando eu era pequena, nada de extraordinário até ai, mas durante a conversa lembrei-me de lhes contar umas pequenas imagens que tinha na minha memória sobre a minha ‘chupeta’. Nesse momento os meus pais param de comer e olham para mim espantados. Perguntei porque estavam a olhar para mim daquela maneira ao que eles responderam: ‘Filha como te podes lembrar de quando tinhas 2 anos?’, nesse momento fiquei estática, como era possivel que aqueles flashes que tinha na memória tivessem de repente ganho vida? -Podem-me contar a história toda? – perguntei eu eufórica. Sim, assentiram eles. Foi assim que aconteceu:

“Após o almoço de sábado o meu papá foi deitar o lixo fora como de costume, quando ia a dirigir-se à porta passou por mim e perguntou-me se iria continuar agarrada à minha ‘chupeta’ , pois já era uma menina grande para andar com ela. Claro que recusei de imediato, nada, mas mesmo nada me faria abandonar a minha querida ‘chupeta’. Eis que o meu papá me fez uma promessa. -Se deitares a ‘chucha’ fora compro-te a boneca do bebé que chora, como pediste.

Nesse momento o meu mundo desabou. Como era possível o meu papá, estar a chantagear-me com a boneca que pedi? Eu queria deitar a chucha fora para poder ter a boneca, mas tinha medo que chucha ficasse chateada comigo pois já éramos amigas há muito tempo. Depois de ponderar um pouco disse que sim, mas que só a deitaria no caixote grande que estava na rua para poder estar mais um bocadinho com ela. O meu pai agarrou-me ao colo, e lá fomos nós até ao caixote grande, quando lá chegámos tive vontade de dizer que já não queria deitar a chupeta fora, não queria deixar a minha querida chupeta sozinha naquele caixote grande. Mas o meu papá voltou a perguntar:- Queres a chucha ou a boneca?

Nesse momento ganhei coragem, levei o meu dedinho à argola da chupeta e puxei-a, olhei para ela durante uns segundos e deitei-a no caixote grande. Assim que entrei em casa pedi logo a minha boneca. E foi nesse momento em que os meus pais se aperceberam da bela situação em que se tinham metido. Não há nada pior que uma criança à espera de uma promessa.

Fomos nessa tarde à loja onde tínhamos visto a boneca, entrámos olhamos para todo o lado e não a vimos, a minha mamã perguntou ao senhor onde estava a boneca e ele disse que tinha vendido a última nessa manhã. A mamã perguntou quando vinha mais e o senhor respondeu que por causa de estarmos perto do Natal provavelmente já não vinham mais. Os meus pais olharam para mim na esperança que eu compreendesse a situação, no fim de contas não tinham culpa da boneca ter sido vendida, mas isso não me interessava, pois tenho apenas dois anos. Virei-me para eles, e com um olhar muito sério disse-lhes: - Prometeram…

Nessa noite dormi sem a minha boneca nova, e pior que tudo, sem a minha chupeta, se soubesse só a tinha deitado fora quando me trouxessem a boneca. Para a próxima já saberia.

Os meus pais passaram 3 dias de inferno até encontrarem a boneca, puseram à procura dela os meus padrinhos, os meus tios, os amigos e até os colegas de trabalho. Promessa é promessa.

Agarrei na prenda e desembrulhei com muito cuidado. Até que, ali estava ela, a minha boneca deitada na sua almofadinha cor de rosa e com a chupeta na boca, tirei-lhe a chupeta devagarinho, e ela começou a chorar….”

Aqui fica a história do fim da minha chupeta e o reencontro com a minha boneca nova. Mas, o mais importante é que promessa é promessa. 

Cátia Domingues 1ºAL

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