segunda-feira, 29 de outubro de 2012


24 de Dezembro 2008, Bocal.





Que barulho infernal! Que gritaria estridente! Olhei para o relógio e marcava 7:46. Eram 7:46 num dia sem trabalho. Quem poderia fazer-me esta tortura? Então lembrei-me…era dia 24 de Dezembro. E o responsável por isto foi a única pessoa com autorização para acordar o pai num dia de descanso, o Diogo. Ele já andava a contar os dias desde o princípio de Dezembro e agora culminou num êxtase total. Desde que lhe prometi uma bicicleta ele não descansou mais, metendo a palavra bicicleta no fim de cada frase que balbuciava. Confesso que tanto eu como a mãe também ficámos ansiosos que chegasse depressa a noite.
 E entre últimas compras, esquecimentos, telefonemas, chegou a tão desejada noite de consoada para o meu filho Diogo. Passámo-la em casa dos meus pais, juntamente com os meus avós e os meus sogros. Sendo a única criança, as atenções foram todas para ele.
 Não sendo católico, nem de nenhuma outra religião em particular, tenho de confessar que adoro esta quadra, transmite-nos sempre boas recordações. E desde que tivemos o Diogo, tanto eu como a mãe vivemos ainda mais o Natal mais intensamente.
  Estávamos animados a conversar, o Diogo estava a ver o “Sozinho em Casa” pela trigésima vez (bem trigésima para mim, e no máximo quarta para ele), quando o relógio deu as doze badaladas. Olhei para a minha esposa e com um sorriso na cara fui ao porta-bagagens buscar a bicicleta. Assim que entrei pela porta, o meu filho abraça a bicicleta e tenta logo experimentá-la. Só de ter visto aquele brilho nos seus olhinhos, esqueci tudo, e o que realizei até agora parece efémero pela alegria genuína demostrada pelo Diogo naquele momento. E aos olhos dele, eu e mãe continuamos a ser os seus ídolos.

Ricardo Guerreiro 1º AL

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