sábado, 3 de dezembro de 2011

Eu e os Media

Os Media tiveram alguma influência na minha vida. Houve certos momentos extremamente marcantes principalmente na minha infância, embora maior parte do tempo, passasse na rua a brincar. Recordo-me da televisão ainda ser a preto e branco e quando se punha uma película azul que servia para proteger a visão, pois dizia-se que fazia mal olhar directamente para o ecrã. Os botões eram de rodar e só tínhamos 2 canais. Lembro-me de ver TV somente à noite, pois durante o dia estava na escola ou na rua a brincar. Mais tarde talvez entre os 9 ou 10 anos, vi pela primeira vez um comando em casa de um vizinho, foi espectacular porque já não era necessário levantarmo-nos do sofá para mudar de canal. Como se deve calcular tanto eu como os meus irmãos enquanto não tivemos uma TV com comando não descansámos. Quando ia a casa dos meus avós maternos numa aldeia ao pe´de Tomar, as características do televisor eram idênticas, só com uma diferença, a antena colocava-se em cima da TV e às vezes não se conseguia ver os programas devido a interferências, principalmente quando chovia. Como os meus avós não sabiam ler só viam programas em português como o telejornal, a telenovela e a meteorologia e pouco mais, pois passavam maior parte do tempo no campo. A televisão estava mais tempo ligada quando eu e irmãos nos encontrávamos lá. Ainda hoje dou grande importância à meteorologia por influência dessas memórias. Mais tarde quando apareceu a TV a cores a qualidade da imagem aumentou intensificando o meu interesse. Os programas que me ficaram na memória foi o TV Rural ao sábado de manhã, o programa de desenhos animados do Vasco Granja, Tom Swayer, Abelha Maia, Os Marretas, o Ratinho o Topogiggio, a telenovela Vila Faia, Jogos sem fronteiras, entre outros.

As memórias da rádio na minha infância são um pouco traumatizantes porque em casa dos meus avós maternos só se ouvia rádio local e na casa da minha avó paterna só se ouvia a missa e o terço. Comecei a dar mais importância ao rádio mais tarde, talvez a partir dos meus 12 anos com os programas de discos pedidos. Recordo-me de participar em alguns pedidos, ficava muito contente. Hoje em dia é habitual ouvir rádio no carro e quando estou sozinha em casa gosto de ouvir música com o som bem alto, influência que me acompanha desde a minha juventude.  
Jornais ou revistas não me recordo de fazerem parte da minha infância, talvez pelo facto dos meus pais não lhe darem grande importância e os meus avós serem analfabetos. Mais tarde na adolescência, ia sim, recordo-me de ler e comprar revistas, os jornais eram pouco atractivos. Iniciei uma leitura mais frequente de ambos em adulta.  

O cinema foi sem dúvida o meu momento mais marcante na minha adolescência ver um filme num ecrã gigante, as imagens, o som, o espaço, adorei. Os actores foram uma grande influência, quando estreava um filme que gostasse lá estava eu. Houve uma altura talvez entre os 18 e 20 anos que ia sozinha, não gostava que me interrompessem aquele momento, pois achava-o especial. Hoje em dia quando posso vou, principalmente com o meu filho.

Alexandra Rodrigues - Turma 2 AE