segunda-feira, 22 de novembro de 2010

O nascimento do meu filho - HSM 27/11/2000

Estou eu deitada numa cama do Hospital Santa Maria em Lisboa  para ir ter o meu filho, disseram-me ontem que ele vai nascer hoje depois do almoço.
Está um dia chuvoso, mas não muito frio. São 7:30 da manhã. Passo a manhã entre conversas com as minhas colegas de quarto e uns docinhos aqui e ali. Já aqui estou há uma semana, e já temos alguma convivência e cumplicidade umas com as outras. Estou muito nervosa e ansiosa. Não podemos fazer grande coisa, pois estamos todas com gravidezes de risco e as nossas camas são o nosso habitat.
Por volta das 14 horas vem uma enfermeira preparar-me para o parto e então penso, "ele está a chegar".
Como sou um pouco curiosa e medrosa, entupo a enfermeira com perguntas às quais ela responde prontamente. Então explica-me que vou fazer uma cesariana porque o meu bebé é tão pequeno que não tem força para nascer sozinho.
Na minha cabeça começo a tropeçar nos pensamentos, será que já não vai nascer hoje? Será que aconteceu alguma coisa? É a primeira vez que vou ser mãe e as dúvidas são mais que muitas. O tempo não passa, estou sozinha e só oiço gritos e mais gritos, o relógio parece um caracol, não anda. Por volta das 17 horas chega o pai do meu filho e fico mais calma, afinal este momento é único e é para ser vivido a dois, assim é mais fácil e reconfortante. São 18:30 h e chegam dois médicos para fazer os últimos ultimatos. Decidimos então por uma epidrual, pois quero registar este momento único o melhor possível e não quero esperar até acordar para o conhecer. Chegou o grande momento, o meu coração não pára de palpitar. Começa então a cesariana, espero ouvi-lo chorar e esse momento não chega.
Por fim às 19:28 m nasce a luz da minha vida, pequeno, enrugado e até um pouco feio, mas é tudo para mim. Esta noite nem consigo dormir, só a pensar naquele ser tão parecido comigo, que quando está ao meu colo ficamos calmos, e quando saio ficamos a chorar. Reconhecia-o mesmo que fosse no meio de mil bebés, porque aquele tem as minhas parecenças, as minhas formas, o meu cheiro… Enfim é o meu grande AMOR.

Patrícia Costa

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