terça-feira, 16 de novembro de 2010

Diário: Luanda, 18 de Maio de 2003

É a minha primeira viagem de avioneta, de São Tomé e Príncipe para Luanda, para visitar a minha irmã. A viagem é aflitiva, visto que esta viagem por norma tem uma duração de 1h45m, mas no caso demorou 4 horas.


Estou a viajar sozinha, numa avioneta muito pequena, o voo é especial.

É a primeira vez, que viajo de avião não tenho ninguém com quem falar porque os outros passagueiros são franceses.

Ao longo da viagem a ansiedade e o medo apoderam-se de mim, penso que me estão a raptar, que a avioneta está a ser desviada – não tenho qualquer justificação para aquela “longa viagem”, que nunca mais tem fim.

Tenho fome, vontade de ir a casa de banho, a noite aproxima-se e o medo cresce.

Quando, a avioneta aterra por fim, estou num aeroporto privado, encontro um grupo de angolanos desconhecidos, mas a minha tia que deveria estar a aguardar- me não está.

Alguns minutos depois – estou salva – alguém que eu conhecia me abordou, um colega do meu pai. Ele explicou-me que a minha tia está lá fora à minha espera – fiquei tão tranquila.

Toda esta situação poderia ter sido evitada se me tivessem explicado o que iria acontecer.

Se pudesse voltar atrás nunca tinha embarcado naquela avioneta.

Foi a primeira viagem e parece que foi a mais longa de toda a minha vida.

Mas de uma coisa está certa nunca mais andarei de avioneta – só em caso de vida ou morte.

                                              
                                                                       Celmira menezes – 1º AL

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