domingo, 1 de novembro de 2009

Da minha infância lembro-me de uma viagem, em pleno Inverno, de Lisboa a Lamego.
Se bem me lembro, (- Onde é que já ouvi isto?) só havia uma auto-estrada em Portugal, que era a Lisboa – Porto. No caminho para Lamego usava-se pelo menos metade da A1 e depois ia-se por Coimbra pela Beira interior.
Alguns quilómetros antes de Lamego, eis que vislumbro uma paisagem que parecia um manto branco. Sim, era neve. Eu ia dentro do carro com a chauffage ligada, pois naquela época não havia carros com ar condicionado. Da janela do carro via-se o manto branco, sem nódoas.
A estrada estava coberta de neve e só se notavam os rodados dos carros pesados. O nosso carro tinha de seguir esses rodados marcados no pavimento para não ficar atolado.
Uns quilómetros a seguir tivemos que sair dos rodados, para dar passagem a um carro pesado.
Para voltar a pôr o carro nos rodados, teve a minha mãe sair do carro para o empurrar. Quando ela abriu a porta para sair, levei com uma brisa gelada sem cheiro e fiquei com o nariz gelado. Ao mesmo tempo meti a mão de fora e apanhei neve que logo derreteu. Isto tudo enquanto o meu irmão mais novo estava a dormir e não se apercebeu de nada. Para mim foi uma viagem cheia de surpresas e de coisas nunca vistas (Se bem me lembro. Já sei quem dizia isto, o Vitorino Nemésio.)

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