domingo, 1 de novembro de 2009

Memórias






Da minha infância lembro-me de uma viagem de Lisboa a Lamego, a minha terra, na época de inverno.

Se bem me lembro, (- Onde é que, ouvi isto?) só havia uma auto-estrada em Portugal que era a Lisboa – Porto. No caminho para Lamego, usava-se pelo menos metade da A1 e depois ia-se por Coimbra para a Beira interior.
Alguns quilómetros antes de Lamego, eis que vislumbro uma paisagem que parecia um manto branco. Sim, era neve. Eu ia dentro do carro com a chauffage ligada pois naquela época não havia carros com ar condicionado. Da janela do carro via-se o manto branco, sem nódoas.

A estrada estava coberta de neve. Só se notavam os rodados dos carros pesados e o nosso carro tinha de utilizar esses rodados para não ficar atolado.
Uns quilómetros a seguir tivemos que sair dos rodados para dar passagem a um carro pesado.

Para voltar a pôr o carro nos rodados, a minha mãe teve de sair do carro para o empurrar. Quando ela abriu a porta para sair, levei com uma brisa gelada sem cheiro, porque fiquei com o nariz gelado. Ao mesmo tempo meti a mão de fora e apanhei neve que logo derreteu. Isto tudo enquanto o meu irmão mais novo estava a dormir e não se apercebeu de nada. Para mim foi uma viagem cheia de surpresas e de coisas nunca vistas (Se bem me lembro, já sei quem dizia isto, o Vitorino Nemésio.)
Antonio Pereira 1º BC

1 comentário:

  1. São retalhos de memória muito engraçados.
    Fazem-nos sempre sorrir...
    Ficaste com o nariz gelado e a neve derreteu.
    Agora imagina se fizesses uma viagem (Loures a Lisboa) a pensar porque é que a cebola se chama "cebola". Foi um grande dilema!
    Devias escrever mais.
    Está simples, mas conseguimos "ver".

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