segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Memórias de infância

Quando eu era criança! Bém tenho muitas recordações, mas não são nada agradaveis.
Tinha eu três anos, a minha Mãe faleceu. Quatro anos depois o meu pai resolveu casar de novo.Esta mulher era orrorosa, tratava-me mal e fazia-me passar muita fome. Quando chegou a altura de entrar na escola, fiquei radiante, mas logo percebi que para mim esse caminho ia ser dificil de trilhar.
Para ir hà escola, tinha que escapar às escondidas pois a minha madrasta não me deixava, queria que fosse trabalhar. Eu sempre fui teimosa e percistente no que queria, principalmente no que achava correcto. Apesar de saber que quando regressasse a casa depois das aulas, ela ia dar-me uma tareia, eu nunca dezisti, fugia todos os dias, o que eu queria era aprender a ler. O meu pai dava-me força, dizendo-me, "continua assim rapariga, tu sabes o que queres, vais longe !"Por essa altura, deu-se um fenómeno em Portugal, pelo menos era assim que eu via o começo da televisão no nosso país.
Na minha Terra só uma pessoa possuía essa caixinha maravilhosa, por azar era aminha professora que por um acaso também era minha tia, tia essa que gostava muito estar sempre a chegar-me a roupa ao pelo na escola. Dizia ela que só o fazia a quem queria bém, mas não me deixava ver televisão. Assim eu era obrigada a escalar um muro de arbustos que cercava a casa dela para espreitar pela janela e ver televisão. Um dia fui surpreendida pelo meu pai, assusteime,desci às preças e esfolei as pernas todas, fiquei furiosa e disse para o meu pai! Também heide ter uma televisão!Uma não, heide ter duas!
Passados uns vinte anos, já eu era casada e tinha o meu filho, em minha casa existia uma televisão no quarto dele outra na sala, o meu pai visitou.nos como fazia todos os anos, deu uma volta pela casa, virou-se para mim e disse. " Eu não te tinha dito para continuares a ser teimosa? até já tens duas televisões como prometeste!" Fiquei surpreendida com as palavras do meu pai, nunca me tinha apercebido que ele tinha torcido por mim todos aqueles anos, eu pensava que caminhava sozinha neste mundo, mas afinal, muito sorrateiramente e à sua maneira, o meu pai, sempre tinha olhado por mim e eu não sabia.


Maria Célia Silva
Curso: Técnica de Acção Educativa
Turma 1ª AE nº.13

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