quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Diário: Povoa de Santo Adrião, 11 de Agosto de 1973

Olá Avó!
Hoje estou triste, parti a cabeça ao meu irmão Rui, mas acho que a culpa não foi só minha! O meu pai, pendurou um baloiço na nogueira para nos manter á sombra, porque estava muito calor. Todos estávamos ansiosos para experimentar o baloiço, eu achava que devia de ser a primeira, porque era a mais velha, há de certo modo uma disputa entre mim e o Rui. Ele acha que manda em mim e nas minhas irmãs porque é rapaz, e eu acho que eu é que mando, porque sou a mais velha dos quatro. Corri em direcção ao baloiço, e cheguei primeiro sentei-me, e senti-me vencedora. Enquanto balançava, ia pensando para o meu interior “agora só andas quando eu me fartar”. “ Se eu não andar tu também não andas!” Disse ele, metendo-se á frente do baloiço. Desci furiosa, peguei no baloiço com as minhas mãos e acertei com o baloiço mesmo no meio da testa do meu irmão. Nem sei porque tive tal atitude, se a minha intenção era desvia-lo dali. “Mãe o Rui partiu a cabeça, está a deitar sangue!” Gritei. “Vai já buscar uma toalha que ele tem que ir já para o hospital, depressa!” Disse a minha mãe numa aflição, nem me perguntou como tinha acontecido. Sai imune de castigos. Fiquei com o baloiço só para mim, nem as minhas irmãs deixei andar.

Avó, eu fui muito má, por isso não te zangues comigo!



Filomena1º AL

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