segunda-feira, 12 de novembro de 2012

7 de Março


7 De Março de 81

 

O meu querido diário

Hoje foi o dia do meu juramento de bandeira no quartel-general das forças armadas de São Tomé e Príncipe. O meu número é 165/81.

Na presença dos oficiais, soldados e praças jurámos a bandeira nacional, uma cerimónia chefiada pelo presidente da república Dr. Manuel Pinto da Costa.

Fui escolhido para a companhia de exploração. Foi a partir daí o meu primeiro dia ao volante de um carro. Passei à conduzir o caminhão dos refletores soviéticos.

Com o pré, fiz xiquilá com os meus colegas de caserna e comprei uns ténis. Xiquilá é formar várias pessoas amigas e entregar um só elemento do grupo, um determinado montante em dinheiro conforme o valor combinado na cotização, em rotatividade). Pela sorte foi eu o primeiro a receber o montante agrupado.

Eu e o meu colega de caserna roubamos o rancho que tinha restado no almoço dos soldados no refeitório e o oficial do dia nos viu atravessar a parada com o mesmo mandou-nos cambalhotar a parada. Cambalhotamos a parada com o prato na mão com cuidado para o mesmo não cair, porque se o mesmo caísse o castigo seria pior. O meu colega depois das cambalhotas levou o seu rancho para caserna e fez dele um belo jantar, enquanto eu não quis saber mais nada com o maldito rancho e de tão cansado que estive nem fui ao jantar.
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