os primeiros contactos com:
Imprensa :O meu
primeiro contacto com a imprensa foi num livro de banda desenhada que tinha
como protagonista “N’tori Palam”. Era um jovem pobre que vivia com os pais com muitos planos de vida, mas nem um resultava. Nessa altura eu era
miúdo nem sabia ler. Às vezes a minha irmã lia para mim como se fosse ela a
contar a história. Também pedia emprestado os livros para dar a quem soubesse
ler para os ler para nós.
Passámos a saber todos os conteúdos dos livros que
havia na altura. Depois de aprender a ler continuei a ler os novos livros que
iam sendo publicados.
Durante um tempo deixaram de publicar estes livros
mas recomeçaram novamente, porque são histórias que os Guineenses gostam muito
de ler.
Imagem
de “N’tori Palam
Cinema: O meu
primeiro contacto com o cinema, foi com o meu pai. Ele ia ao cinema todas as
semanas, e havia amigos que iam também. No dia seguinte eles começavam a contar
a história do filme que tinham visto e por isso eu fiquei com muita ansiedade
para ir também. Por isso pedi ao meu pai para me levar, ele aceitou e fomos os
dois. Havia muita gente nem havia um lugar sequer e o filme que eu vi neste dia
foi o de “Bud Spencer” (TRiNITA). Foi um dia maravilho, estava com muita pressa
que amanhecesse para poder contar o filme aos meus colegas.
Rádio: Com o rádio, eu lembro-me que o meu pai tinha um aparelho em casa. Ele ligava este rádio só para ouvir RFI na onda curta. Sempre que ele
saía nós ligávamos o rádio e tentávamos tirar um som. Era difícil sintonizar a rádio, o
que mais me impressionava e era virar o botão devagarinho para ver se
conseguíamos ouvir alguma coisa.
Sim, se era difícil sintonizar na cidade não
falaremos no interior. Para os jovens que escutavam os relatos de futebol
(Português) era preciso muito trabalho, lembro-me que o meu primo fazia uma
antena de cana de bambu na esquina de casa que era muito alta, mesmo assim
ainda fazia alguns ruídos.
TV: No que diz
respeito à televisão, o meu primeiro contacto foi a espreitar na janela de uma
casa ao redor do nosso bairro. Era uma casa que tinha televisão e eles
ligavam a tv com a janela um pouco aberta. Quando descobrimos isso, todos dias no
final da tarde íamos para lá para ver se conseguíamos ver alguma coisa. Para
nós era uma coisa impressionante e ficávamos muito contentes por ver um
bocadinho da televisão, as imagens que nem sei explicar agora o que eram. Já
havia televisores mas era raro.
Depois de algum tempo o meu pai mandou-nos uma tv e
um vídeo. De cá. Mesmo assim precisava de uma antena muito alta. As vezes havia
pessoas que ficavam fora para virar a antena enquanto os outros ficavam para
ver quando encontrassem uma boa imagem,. Pouco a pouco tudo melhorou e hoje já
se consegue ver em perfeitas condições.
2º TA BARO
BALDE
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