Se as minhas memórias me levassem ao passado
começava por falar de televisão.
Em 1977 começou a revolução da televisão para todos os angolanos, antes era
impensável possuir uma televisão por causa do regime colonial.
Na altura as primeiras televisões foram entregues pelo
governo às comissões dos bairros ou seja às juntas de freguesias onde a
população se juntava para assistir à novela Gabriela,
noticiários e outros programas interessantes. Eu e as minhas irmãs na altura
ainda não tínhamos televisão em casa, a emoção era tanta antes da novela que
ficávamos muito ansiosas que chegassem a hora para poder assistir. Não só a
novela Gabriela marcou a minha infância ou adolescência mas também os bonecos animados,
com histórias muito engraçadas como (Lobo
Pateta, Corridas Locas, Pantera Cor de Rosa). Nesta época divertia-me muito,
embora a televisão só emitisse à noite, porque estava em período experimental.
A rádio faz-me lembrar perfeitamente a casa
dos meus pais. Ainda muito nova tinha um rádio, e o meu pai aos domingos ficava
com os ouvidos bem atentos a escutar o relato de futebol. Já na minha
adolescência escutava a rádio porque era na época o único meio de difusão que
tínhamos durante o dia. Recordo-me que havia muitos programas mas o meu
preferido era os Discos Pedidos em
que os ouvintes telefonavam para a estação de rádio e faziam dedicatórias para
os amigos e familiares, e escolhíamos uma música. Ficava muito atenta às letras
para as poder copiar e depois trocar entre colegas, era bastante divertido. Naquele tempo, em
Angola, quem não tinha um caderno de música! Principalmente românticas (Roberto Carlos, Alcíone e tantos outros).
Ainda hoje gosto de escutar rádio, alguns programas encantam-me especialmente
na TSF, Renascença e Orbital.
Era muito nova quando vi o primeiro filme,
estava eu no ensino primário e estudava num colégio de freiras onde éramos obrigadas aos domingos ir aprender o catecismo e depois íamos ver filmes sobre a Vida de Cristo. Já na adolescência era
regra todos os fins de semanas ir ao cinema com os meus irmãos. Vi muitos
filmes e lembro-me de alguns como o Preço
da Lealdade, Canção da Felicidade, filmes do Trinita do Bud Spencer, do Cantiflas,
Charlot e muitos mais.
O meu primeiro contato com o jornal foi
quando morreu a minha avó e o meu pai publicou um anúncio no jornal para dar a
conhecer aos outros familiares o seu falecimento. Foi um contacto triste porque
raramente meu pai comprava jornais. Hoje tenho um contacto permanente com os
jornais principalmente com os jornais desportivos e outros.
Filipa Campos 2ºBC
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