terça-feira, 26 de maio de 2009

A Vida é um Milagre...


Quando era pequeno, tinha por habito explorar com os meus amigos e irmãos os arredores dos meus domínios que, na altura, ofereciam atracções deliciosas como uma pedreira cheia de grutas onde os mais destemidos comprovavam toda a sua valentia. Todos nós tínhamos sensivelmente seis anos e as grutas eram enormes aos nossos olhos. Sim, digo grutas porque eram três, uma de acesso fácil mas com o percurso interior muito limitado, outra tão alta que só os suspiros mais loucos equacionavam a escalada e, por último, uma relativamente acessível.


Um dia quando finalmente tínhamos decidido escalar essa tal gruta mais acessível eu, e o meu comparsa Mário, estávamos tão decididos que não esperámos por ninguém (pois havia sempre alguém que descontinuava) e assim logo iniciámos a escalada. Já tínhamos subido um pouco quando, entre pé e contra pé apoiado, se liberta uma rocha enorme bem direita à minha irmã que apertava os atacadores serenamente sem se dar conta do risco que rolava. Por puro acaso não aconteceu uma fatalidade pois no último momento a pedra ressaltou noutra pedra e ela, perante a minha inércia em suspirar um grito de alarme mas com o corpo gelado, ela naturalmente abaixou-se para sei lá o quê… e lá passou o pedregulho bem junto à cabeça, tão grande que ninguém o conseguiu levantar.


Passados estes anos, quando olho lá para trás lembro-me de que no meio de tanta loucura inconsciente alguém se podia ter magoado o que não foi o caso mas pelo menos serviu de lição para o resto do dia…
Ricardo

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