quarta-feira, 30 de março de 2011

Eu e os Media

                                                            Jornal/Imprensa



O Jornal sempre fez parte da minha vida. Comecei por ler o Diário de Noticias, mais tarde, durante muitos anos li todos os dias o Correio da Manhã. A firma para a qual eu trabalhava importava mercadoria de diversos países. Antes da existência do euro era necessário converter a moeda do país de origem da mercadoria para o nosso saudoso escudo, por isso a firma comprava todos os dias o jornal para verificar os câmbios que vinham publicados numa página existente no Correio da Manhã e assim surgiu em mim uma espécie de vício, ao ponto de eu sentir a necessidade de ir para o trabalho uma hora mais cedo todos os dias para ter tempo de ler o jornal de uma ponta à outra. No final fazia a Sopa de Letras e tentava preencher as palavras cruzadas, embora sentisse um pouco mais de dificuldade. Depois surgiram os jornais gratuitos como: o Metro, o Destaque, a Dica, entre outros. Lia tudo, os anúncios, as crónicas, os comentários e as notícias propriamente ditas. Hoje só leio praticamente os jornais gratuitos, o dinheiro é pouco e essa leitura que antes para mim era praticamente um vício, vai perdendo o interesse aos poucos.


                                                                 A Rádio



A Rádio teve alguma importância na minha vida. Quando eu era adolescente gostava de ouvir os Parodiantes de Lisboa e uma novela que não me recordo do nome. Também gostava de ouvir os discos pedidos pelas madrinhas de guerra para oferecerem aos soldados que se encontravam no Ultramar e muito em especial, gostava de ouvir os jogos de hóquei em patins. Nessa altura, a equipa portuguesa era das melhores que existiam, metia aos vinte e trinta golos em cada jogo, era um espectáculo que eu imaginava só de ouvir, cada vez que o comentador gritava um golo eu enchia-me de orgulho por ser portuguesa. Fiquei de tal maneira empolgada com o hóquei em patins que quando o meu filho começou a andar eu comprei-lhe uns patins. Mais tarde quando ele tinha sete anos inscrevi-o num clube onde ele praticou a modalidade até os dezasseis anos.

Ainda sobre a rádio, tenho uma história que agora acho engraçada, mas fez-me andar intrigada durante alguns anos. Quando eu era bem pequena, aí entre seis e os doze anos, pelo menos uma vez por semana o meu pai e mais alguns homens da aldeia dirigiam-se para a serra! Eu ouvia uns murmurinhos que eles iam ouvir notícias no rádio, rádio esse que eu tentava ver mas nunca consegui, pois quem o levava escondia-o muito bem. Mais tarde quando se deu o vinte e cinco de Abril de 1974 é que fiquei a saber a verdade. Os homens da minha aldeia iam pela calada da noite ouvir as notícias políticas do meu País que uma rádio pirata clandestina na cidade de Chaves transmitia e punha as pessoas interessadas ao corrente da situação. Nessa altura o País vivia na ditadura de Salazar onde era proibido as pessoas reunirem-se e falar fosse de que assunto fosse e os conteúdos das notícias eram censurados.

Hoje não tenho o hábito de ouvir rádio nem tenho nenhum em casa.



                                                                 A Televisão


Com a televisão eu tenho outro tipo de afinidade, até porque eu sou mais velha. Quando começaram as primeiras transmissões em Portugal, tinha eu quatro anos e, desde logo, comecei a marcar território para conseguir espreitá-la, pois era considerada um fenómeno e poucas eram as pessoas que tinham posses para comprar um aparelho. Na altura, pelo menos na minha aldeia, ter dinheiro para comprar comida já era quase um luxo.

A televisão foi muito bem-vinda, apesar de ter entrado na minha vida de uma maneira atribulada. O meu pai nunca mais se despachava a comprar um aparelho e só duas ou três pessoas da Aldeia a tinham. Uma dessas pessoas era a minha tia que por azar meu também era minha professora. Eu conhecia-a muito bem e sabia que ela nunca ia permitir que eu visse televisão na sala dela, não queria que lhe sujasse as alcatifas, era o que ela dizia, mas, na verdade, ela não queria mesmo era partilhar a caixa mágica com as outras pessoas, nem mesmo as da própria família. Eu, na altura, não compreendia aquela teimosia e fazia de tudo para conseguir ver qualquer coisinha. Por baixo das janelas da sala da minha tia havia uns arbustos que faziam um muro e tinham precisamente a altura que me permitia chegar à dita janela. Um dia estava eu muito bem sentada no muro dos arbustos e tão bem que me sentia, que nem dei pela presença do meu pai que me apanhou em flagrante depois de tanto me ter prevenido que não queria que eu fizesse aquilo. Fui engolida pelos arbustos e depois de uma grande luta com os galhos lá consegui sair dali para fora. Fiquei com as pernas todas arranhadas e cheias de sangue mas não me serviu de emenda, sempre que podia subia para os arbustos para ver televisão.

Ao longo da minha vida sempre vi televisão, uns dias mais, outros menos, nem todos os assuntos me prendem e não deixo de fazer o que tiver que fazer para ver televisão. Vejo as notícias, algumas novelas, concursos, não gosto de todos os géneros de filmes, gosto, sobretudo de séries. Até tenho uma história rocambolesca a propósito de uma série que eu gostei muito, O Santo, eu não o perdia por nada. Um certo dia quando estava para começar mais um episódio faltou a luz, fiquei especada em frente à televisão na esperança de que quando a electricidade regressasse eu ainda conseguisse ver alguma coisa. Ainda por cima estava sozinha pois o então meu marido logo que ficámos às escuras, resolveu ir comprar tabaco e só regressou a casa quando o episódio acabou. Nas semanas seguintes aconteceu precisamente a mesma coisa. Como cada vez que a luz faltava, eu ficava sempre só, comecei a ficar com a pulga atrás da orelha e na semana seguinte resolvi ficar à coca para tentar resolver o mistério. Faltava pouco tempo para o SANTO começar quando vi o meu ex. a encaminhar-se para a zona do contador da electricidade e apanhei-o a desligar o cantador. Questionei-o com a situação e ele negou durante algum tempo mas acabou por confessar que não aguentava estar a ver um filme estando eu constantemente a elogiar o homem, que até não era nada de especial, segundo ele claro. Foi por essas e por outras que o casamento acabou.

Reconheço que a televisão é uma janela aberta para o mundo e que todos nós crescemos e alargamos os conhecimentos. Uma coisa que me marcou bastante foi a transmissão em directo do 11 de Setembro nos E. U. A.



                                                                A Internet


A internet entrou na minha vida somente há mais ou menos 2 anos e meio, altura que eu resolvi voltar a estudar. Tenho uma ideia de como a Internet funciona e já me consigo desenvencilhar bastante bem

A Internet, logo a seguir à invenção da imprensa, tem sido considerada a mais importante invenção. Essencialmente a Internet serve para:
• Partilhar informação
• Trocar e exprimir ideias e opiniões
• Comunicar com o Mundo
A Internet facilita a criação, educação e distribuição de conteúdos. Pode aceder-se e enviar grandes quantidades de informação. A Internet é como uma grande revista na qual há informação sobre qualquer tema. Esta riqueza de informação é boa porque nos permite aceder a um amplo leque de materiais sem que tenhamos de nos deslocar para os encontrar. É uma grande rede, sem fronteiras geográficas e permite que saibamos o que se passa em além fronteiras.

A Internet oferece-nos a possibilidade de trocar informação, notícias, experiências de todo o tipo com gente de todas as partes do Mundo.

O acesso à rede a partir de casa, é cada vez mais facilitado, bem como a partir da escola. Também existem cada vez mais lugares públicos onde o acesso à Internet é gratuito, como por exemplo as bibliotecas.


Célia Silva  2º. AE

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