quinta-feira, 22 de março de 2012

Os media e eu

   Quando se fala na primeira transmissão de televisão, a primeira que me vem à memória é a ida do homem à lua em 1969.
  Nessa altura pouca gente tinha televisão em casa e quando havia transmissões importantes, como a ida à lua, as marchas populares, o festival da canção, etc, as pessoas que gostavam e queriam ver estes programas tinham que ir para os cafés ou tabernas e pagar vinte cinco tostões aos donos do estabelecimento ou então faziam uma despesa superior a esse valor.
 Como a ida do homem à lua era uma coisa do outro mundo, lembro - me como se fosse hoje, os cafés e tabernas repletos de gente para verem esse fenomeno.
 Eu, muito pequenina, no meio da multidão com toda a minha atenção, olhava o televisor a preto e branco,a ser comentado em americano e legendado em português. Fazia - me muita confusão como é que aqueles senhores conseguiram chegar tão longe e porque é que andavam a pairar. Só mais tarde percebi toda essa lógica.
  Quando os meus pais compraram a primeira televisão foi uma alegria em casa. Eu e os meus irmãos já podiamos ver os desenhos animados de que tanto se falava.
  Desenhos animados esses, que ainda hoje me recordo "O corrocel Mágico","O Tim-Dartacão", séries e filmes tais como; "A Pipi das meias altas, Uma casa na pradaria, Charltim", "Heidi","O ie Chaplin,  _o Sandokan a menina  nha-nha-nhã", como não me lembro do nome da série ficou o nome que eu e os meus irmãos lhe davamos.
  Estes programas eram vistos das 19 horas às 20 horas ou ao fim de semana, porque a transmissãotelevisiva começava ao fim da tele-escola que era transmitida das 14 às 18,30 hrs, depois começavam os desenhos animados até à hora do telejornal.
    Quando este acabava por volta das 21 horas eram transmitidos pequenos filmes mudos do Charlô ou programas de entertimento tais como: " Zipi-Zip", A visita da Cornélia", "1,2,3" e mais tarde as telenovelas brasileiras, presentemente trocadas pelas portuguesas.
    Enquanto a televisão estava desligada,ouvia rádio. Ai, como me lembro tão bem quando os meus pais compraram o primeiro rádio grande lá para casa, porque até ali havia um aparelho muito pequenino vermelho, para o meu pai ouvir o relat, que era horrível com aquele som irritante, mais pareciam os robertos.
   Quando se deu o tremor de terra em Lisboa em 1967, os meus pais no dia seguinte foram comprar um rádio grande para ouvirem as notícias.
    A partir daqui comecei a ouvir alguns programas tais como: "os Parodiantes de Lisboa","Os discos pedidos" e uma radio-novela "Simplesmente Maria" que fêz furor na altura. Porque fazia chorar todas as mulheres.
      A minha mãe fazia parte dessas mulheres e eu por arrastamento, ambas choravamos por causa dos amores infelizes da dita Maria. 
                                                                                                                       Mª Adélia Ruivo

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