terça-feira, 7 de julho de 2009

ERROS DO FILME ANJOS E DEMÓNIOS

Anjos e Demónios em http://www.zastavki.com

Eis uma lista de erros que me parecem mais evidentes e que podem ser encontrados no filme:

Quando o Camerlengo descola num helicóptero da Praça de São Pedro, conseguiria fazê-lo a partir de qualquer helicóptero? Geralmente a certificação é dada para um aparelho e modelo muito concreto e é muito difícil operar aparelhos de fabricantes diferentes com o tipo de habilidade demonstrada nesta cena.

A anti-matéria contida (anti-hidrogénio, o átomo mais fácil de criar) na garrafa magnética teria que estar na forma de Plasma, aquele que por ser altamente ionizada pode ser electricamente carregada. Não pode estar nem no estado sólido, nem no líquido. Ora o estado de Plasma é particularmente difícil de manter e exige condições físicas que manifestamente não eram cumpridas no interior desse pequeno contentor portátil!

A colisão matéria-antimatéria emite radiação. Muita radiação mesmo, estando a maioria dela na banda dos raios gama, a radiação mais perigosa e energética de todas! A explosão de luz no final do filme era uma explosão de raios Gama e aquela distância teria dizimado toda a gente e especialmente o Camerlengo.

Se há uma câmara a emitir imagens a garrafa magnética, esse sinal teria que poder ser seguido até à fonte!

Como poderia uma pequena câmara wireless emitir através das grossas camadas de pedra do Castelo? Na sua casa, o seu sinal wireless dificilmente chega de um extremo da casa ao outro, como poderia assim atravessar grossas paredes de pedra e sair do edifício?

A luta na Piazza Navona, um dos locais mais frequentados de Roma poderia ter lugar sem que ninguém estivesse presente e com a praça praticamente vazia, ainda antes das 11 da noite, com todos os restaurantes dessa movimentada praça romana?

Se Langdon era mesmo um professor de Harvard, especializado na simbologia do Renascimento, então como é que não é capaz de ler italiano? Como demonstra o episódio em que Vittoria lê para ele o livro de Galileu, porque este admite “não saber ler italiano”.

O Panteão não é a “igreja católica mais antiga de Roma”. A conversão do templo romano ocorreu em 609 d.C. obviamente a essa data já havia muitas igrejas católicas em funcionamento.

Os supostos “baixos-relevos” da Praça de São Pedro, não o são… São apenas parte do Compasso em torno do obelisco e representam os ventos do norte, sul, este e oeste. E se assim é, porque é que Langdon olhou para o do Oeste e decidiu que ele é que era o marcador e não um outro qualquer?

A passagem secreta entre o Castelo Sant’Angelo e o Vaticano não é… secreta. A entrada está bem à vista num dos bastiões, e não do castelo propriamente dito e as suas entradas – em ambos os extremos – são públicas e amiúdes vezes visitadas por turistas.

O termo “preferiti” que brown usa para os quatro cardeais que seriam os favoritos a ganharem a eleição papel não existe. O termo comum é, pelo contrário, “papabili” e estes – ao contrário do que parece pensar o autor – não fazem parte de um grupo claramente identificado e, de facto, os favoritos a ganharem a eleição são frequentemente preteridos na Eleição…

O “Grande Eleitor2, o Cardeal Mortati que parece presidir à mesa da Eleição Papal não existe como um cargo oficial ou oficioso. Os cardeais que ocupam a mesa são escolhidos aleatoriamente e rodam de três em três dias e são em número de três contadores de votos e três revisores.

O termo “Eleição por Adoração” é falso. Desde logo “adoração” é no Catolicismo algo usado sempre em relação a Deus, não a um Ser Humano, mas sobretudo, aquilo que existe é o termo “eleição por aclamação” em que os cardeais se mostram unanimemente de acordo quanto a um candidato, mas não pode ter havido debate, nem negociação, já que tal é encarado como uma inspiração divina. E esse não é o caso da eleição papal aqui apresentada…

Não é plausível que num livro de Galileo surgissem em código palavras em inglês. A língua era certamente desconhecida para um italiano como Galileu, sendo na época considerada pouco mais do que “bárbara”.

JESUS PIRES

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